Primeiro museu moderno do País, o Museu de Arte de São Paulo tem uma programação intensa neste início de ano. Entre os destaques, estão a ‘Sala de Vídeo: Cecilia Vicuna’, que tem curadoria de Kássia Borges e apresenta uma série de performances da artista ao longo do rio Mapochi, no Chile; e a exposição coletiva ‘Histórias Indígenas’, realizada em colaboração com o Kode Bergen Art Museum, que apresenta diferentes perspectivas sobre as histórias indígenas da América do Sul, América do Norte, Oceania e Escandinávia.
Localizado no coração da Avenida Paulista, o MASP funciona às terças-feira, das 10h às 20h; e de quarta-feira a domingo, das 10h às 18h. Até o dia 22 de fevereiro, o espaço contará com mais um dia com entrada gratuita. Além das já conhecidas terças-feiras sem cobrança de ingresso, o espaço também poderá ser visitado gratuitamente às quintas-feiras. Os ingressos devem ser reservados com antecedência através do site do museu.
Fique por dentro da programação do MASP
Sala de Vídeo: Cecilia Vicuna
Com curadoria de Kássia Borges, a Sala de vídeo: Cecilia Vicuña fica em cartaz até 11 de fevereiro e exibe o vídeo Quipu Mapocho. A obra registra uma série de performances da artista ao longo do rio Mapocho, no Chile, descrito como um rio de morte, já que, além de estar atualmente contaminado com esgotos e resíduos químicos, foi um local onde a ditadura chilena despejou os corpos de pessoas torturadas e mortas. Através deste trabalho, Cecilia traz perspectivas sobre a vida, a morte, a cultura, a memória e a história deste território.
Em sua produção, a poeta, cineasta, ativista e artista visual chilena radicada em Nova York Cecília Vicuña Ramírez trata das políticas de destruição ecológica, homogeneização cultural e disparidade econômica. Por meio da linguagem escrita, de instalações e vídeos, ela resgata ainda conhecimentos indígenas sobre o poder das mulheres e os saberes dos seres da floresta.
Histórias Indígenas
Realizada em parceria com o Kode Bergen Art Museum, a exposição coletiva “Histórias Indígenas” apresenta diferentes perspectivas sobre as histórias indígenas da América do Sul, América do Norte, Oceania e Escandinávia, por meio da arte e da cultura visual, com a curadoria de artistas e pesquisadores indígenas ou de ascendência indígena, reunindo obras de diversas mídias e tipologias, origens e períodos, desde o período anterior à colonização europeia até o presente.
A mostra inclui oito núcleos, sendo sete dedicados à diferentes regiões e povos da América do Sul, América do Norte, Oceania e Escandinávia, bem como uma seção temática dedicada aos ativismos indígenas em todo o mundo.
A exposição será acompanhada por um grande catálogo publicado em edições separadas em português e inglês, reproduzindo as obras da mostra, bem como ensaios escritos por todos os curadores da exposição acompanhando cada uma das seções.
Histórias indígenas tem curadoria de Abraham Cruzvillegas (Cidade do México); Alexandra Kahsenni:io Nahwegahbow, Jocelyn Piirainen, Michelle LaVallee e Wahsontiio Cross (Ottawa, Canadá); Bruce Johnson-McLean (Camberra, Austrália), Edson Kayapó, Kássia Borges Karajá e Renata Tupinambá, curadores-adjuntos de arte indígena, MASP; Irene Snarby (Tromso, Noruega; Kode); Nigel Borell (Auckland, Nova Zelândia) e Sandra Gamarra (Lima, Peru).
Gran Fury: Arte não é o bastante
No ano dedicado às Histórias da diversidade LGBTQIA+ no MASP, o museu apresenta pela primeira vez uma exposição do coletivo Gran Fury na América Latina, grupo considerado referência para as práticas de ativismo artístico das décadas de 1980 e 1990. Com curadoria de André Mesquita, a mostra fica em cartaz entre os dias 23 de fevereiro e 9 de junho.
Em sua atuação, o Gran Fury produziu campanhas gráficas e intervenções públicas em torno das questões relacionadas à crise da aids, servindo visualmente ao ACT UP em protestos e ações de desobediência civil diante do descaso do governo de Ronald Reagan ao tratamento da epidemia. O coletivo encerrou suas atividades em 1995, e seu arquivo encontra-se na New York Public Library.
Arte na Moda: MASP Renner
Ao longo de três temporadas, desenvolvidas entre 2018 e 2022 com diferentes equipes curatoriais, o projeto MASP Renner convidou e acompanhou o processo criativo de 26 duplas de artistas e estilistas que conjuntamente produziram 78 roupas criadas especialmente para o acervo do museu. Pela primeira vez, todas as peças estarão reunidas em uma exposição, que tem como propósito exaltar a roupa como uma obra de arte.
O projeto amplia a coleção de moda do MASP, tomando como ponto de partida a coleção Rhodia — maior componente do acervo de vestuário do museu.
Mário de Andrade: Duas Vidas
Com curadoria de Regina Teixeira de Barros, “Mário de Andrade: Duas Vidas” será a primeira exposição a tratar do olhar queer do intelectual a partir de uma seleção das obras de arte e imagens sacras por ele reunidas, hoje sob a guarda do Instituto de Estudos Brasileiros da Universidade de São Paulo.
A mostra, que fica em cartaz no MASP entre os dias 22 de março e 9 de junho, será composta majoritariamente por desenhos e gravuras, sendo alguns apresentados pela primeira vez ao público, bem como um conjunto de fotografias captadas por Mário em suas viagens ao norte e nordeste do Brasil entre 1927 e 1935. Complementam a mostra retratos do crítico realizados por pintores de quem era próximo, além de documentos e fotografias dele próprio. Um catálogo será publicado por ocasião da exposição.