Foi inaugurado nesta segunda-feira (17), no Largo da Lapinha, em Salvador, o Memorial Pavilhão 2 de Julho, pensado para homenagear a participação do povo nos festejos tradicionais da Independência do Brasil na Bahia. O projeto contou com investimento de cerca de R$ 3,5 milhões.  

“Esse lugar permite um resgate histórico, para o Brasil e para a Bahia, de um momento importante para essa nação, com a história da Independência contada desde as primeiras batalhas. Dessa forma podemos celebrar ainda mais essa data, que dá força para os baianos, nos inspira e dá coragem, podendo agora se perpetuar para gerações futuras”, destaca o prefeito Bruno Reis.

A ornamentação e demais elementos virtuais do Memorial, que tem três pavimentos, foram construídos a partir do dado arquitetônico, histórico e contemporâneo do Pavilhão, tendo como ponto de partida as carruagens e as imagens dos caboclos, os principais bens do acervo. No teto, bandeiras douradas, inspiradas na alvorada tradicional do dia 2, representam o sentimento de esperança e renovação. O Memorial tem direção de arte de Renata Mota e produção executiva de Ana Paula Vasconcelos.

O acervo é, em sua maioria, digital, devido ao espaço reduzido do Pavilhão, e parte dele foi construído durante a festa deste ano, com fotografias das pessoas que estavam no cortejo e captação dos sons emitidos pelas fanfarras, bandas marciais, sambas, cânticos e as vozes. 

No térreo, além das carruagens com os caboclos, telefones públicos estarão expostos com histórias da festa do 2 de julho contadas pelas pessoas que as viveram. Também será exibido um percurso da festa, com um mapa digital mostrando pontos da história da celebração. 

No 1º andar, “A Voz do Povo”, estão os mais de 100 retratos tirados durante o bicentenário, entrevistas feitas com pessoas envolvidas diretamente na festa e uma parede com frases retiradas dessas entrevistas que revelam o tom político atemporal do 2 de julho.

Já o último pavimento, o mezanino, é onde está o acervo mais robusto da expografia, onde as pessoas podem ler, estudar e interagir, através de uma linha do tempo. Historiadores contam a história do 2 de Julho como se fosse uma conversa. As paredes do Pavilhão foram restauradas nos moldes da década de 1950, com os nomes de soldados, combatentes e batalhas que fizeram parte da Independência na Bahia. Um patchwork costurado à mão vai incluir nomes que não foram gravados nas paredes antigamente, como Maria Quitéria, Joana Angélica e Maria Felipa.

O presidente da Fundação Gregório de Mattos, Fernando Guerreiro, destaca que, nos 100 anos de comemoração da Independência do Brasil na Bahia, a população recebeu de presente o Pavilhão 2 de Julho, que sempre abriga os caboclos entre um cortejo e outro. “Agora, no marco dos dois séculos de celebração da data, nós inauguramos, no mesmo local, o Memorial 2 de Julho, que homenageia toda força e simbolismo dessa festa. Os caboclos são figuras centrais dessa exposição, cuja proposta é enredar no mesmo fio histórico das pessoas responsáveis pela glória da conquista, e aquelas que mantêm a chama do fogo simbólico, acesa ano após ano. Para garantir que nosso sol brilhe ainda mais, é preciso que todas essas narrativas e seus personagens sobrevivam na memória e no cotidiano de toda a população da Bahia e do Brasil”.

Durante os dois primeiros meses, as visitas ao Memorial serão gratuitas e deverão ser agendadas através do site da Secretaria da Cultura de Salvador (https://secult.salvador.ba.gov.br/), com atendimento prioritário à comunidade e ao público estudantil. Depois, o funcionamento será de terça-feira a domingo, mediante taxa de R$20 (inteira) e R$10 (meia).