Museu Nacional da Cultura Afro-Brasileira, no Centro Histórico de Salvador, amplia dias de gratuidade

O Museu Nacional da Cultura Afro-Brasileira, considerado um dos principais equipamentos culturais do Centro Histórico de Salvador, terá mais um dia de visitação gratuita para quem deseja visitar a exposição “Um Defeito de Cor”, que fica em cartaz até o próximo dia 3 de março. Agora, além de quarta-feira, o domingo também terá entrada gratuita.

 Inspirada no romance literário homônimo da escritora mineira Ana Maria Gonçalves, a exposição é resultado da parceria entre a Prefeitura de Salvador, a Sociedade Amigos da Cultura Afro-Brasileira e a Organização dos Estados Ibero-americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura, com a concepção original do Museu de Arte do Rio de Janeiro.

Sob a curadoria da própria autora do livro, ao lado de Ana Bonan e Marcelo Campos, a exposição conta com cerca de 370 obras de mais de 100 artistas do Brasil e do mundo e está dividida em 10 núcleos, cinco deles no térreo e cinco no primeiro andar.

Colocando em destaque temáticas relacionadas ao processo de escravização dos negros, às lutas e das resistências afro-diaspóricas nas Américas, ao protagonismo feminino, à religiosidade e a África Contemporânea, a mostra reúne peças raras de artistas baianos, a exemplo do Mestre Didi, do ferreiro José Adário dos Santos (Zé Diabo), J. Cunha, das bonecas de Valdete da Silva (Mãe Detinha), e das colagens de Yêdamaria, uma das fundadoras do Muncab. Também fazem parte do acervo as fotografias do nigeriano Iké Udé e peças de outros artistas internacionais.

 “Eu gosto muito do trabalho cuidadoso que a curadoria fez de trazer o protagonismo feminino, mulheres enquanto revolucionárias, enquanto mães. A exposição traz a mulher de uma forma muito ampla, no sentido de pensar sociedade, nas lutas, nas lutas contemporâneas, sobretudo, também nas mães. É algo que me chama muito a atenção. Isso me lembra, inclusive do enredo da Portela, que diz que apesar de todos os apagamentos, o nome de Kehinde resiste. O filho dela está vivo e ele venceu mulher. É uma parte do refrão que impacta muito, porque, apesar de tudo, Kehinde venceu e todas as Kehindes também”, conta a diretora do Muncab, Cintia Maria.