O Museu de Arte da Bahia, em parceria com o Ministério da Cultura, Coleção BEĨ e CBMM, apresenta a exposição “Bancos Indígenas do Brasil: Rituais”, que apresenta ao público 100 bancos cerimoniais de 39 etnias indígenas brasileiras, selecionados da Coleção BEĨ. A proposta é oferecer ao público um recorte inédito que destaca a sofisticação estética e a profundidade ritual desses objetos. A entrada é gratuita.
Após circular por cidades como São Paulo, Brasília e Belo Horizonte, a exposição desembarca em Salvador com peças esculpidas por diferentes povos indígenas do Brasil, revelando um universo de simbolismos, mitos e formas de pertencimento. Mais que objetos utilitários, os bancos expostos são verdadeiras expressões artísticas que desempenham papel central em rituais de cura, cerimônias de iniciação, festas de colheita e homenagens aos ancestrais.
A exposição está dividida em três eixos — espiritualidade e cura, iniciação e passagem, contos e mitos. O objetivo é ampliar o entendimento da arte indígena para além da função utilitária, valorizando seus aspectos simbólicos, sociais e espirituais. Cada banco exposto reflete aspectos do cotidiano e da cosmologia de diferentes comunidades indígenas. Alguns são peças individuais, como os utilizados por caciques e pajés — líderes espirituais e políticos das aldeias —, enquanto outros são coletivos, a exemplo dos bancos de até seis metros de comprimento criados pelos Galibi Marworno para o ritual do Turé, capazes de reunir diversas pessoas em celebrações xamânicas.
A mostra, que segue em cartaz até 28 de setembro, convida o público a olhar para essas obras como manifestações vivas que retratam visões do mundo ancestral. Paralelamente, o projeto também promoverá 16 oficinas de arte-educação voltadas a estudantes da rede pública, fortalecendo a importância pedagógica e cultural da iniciativa.