Conceito Hoteis: Gabriel Magalhães propõe conforto, identidade e contemplação

Para  desenvolver o seu projeto na Conceito Hotéis, Gabriel Magalhães tinha como premissa inicial criar um espaço que não suplantasse a visão para a Baía de Todos os Santos, sem perder de vista o sentimento de baianidade e brasilidade, do tema da Mostra. 

Trazendo para seu apartamento uma essência jovem, alegre e despojada, características do seu trabalho, o arquiteto trouxe como destaque a presença vibrante da cor ocre nas paredes e teto, passando pela utilização de biribinhas até a pintura que retrata a cultura indígena.

A relação da paisagem com o espaço interno do apartamento é muito forte, de modo que os detalhes foram pensados  para que nada atrapalhasse a contemplação da vista. Para isso, toda a sala tem tons claros, móveis baixos e todos os elementos decorativos estão abaixo da linha de visão do observador. 

O tom vibrante também foi escolhido para os armários da cozinha. Para os quartos, a ideia foi manter a relação de tranquilidade e calma, nos tons claros e nas escolhas de materiais que transmitissem acolhimento. Nas paredes das cabeceiras, painéis com temas dos povos originários, pintados pela artista Suzana Rezende, são a grande novidade do espaço.

“Participar da Conceito Hotéis foi extremamente interessante. A ideia de ser uma mostra perene, impõe condições naturais em projetos que faço normalmente, mas que em função do prazo mais curto e das limitações de execução, se tornaram um grande desafio”, conta Gabriel. 

O ambiente tem diversos pontos que merecem destaque: a escultura de madeira que fica em frente à porta de entrada, comprada pelo arquiteto na Ilha do Ferro; as fotografias de Eduardo Bahiana, repletas de baianidade; o sofá listrado, a poltrona “Senhor” da sala de estar, as cadeiras de jantar Cantu, de Sérgio Rodrigues, e a folha bordada, da artista Clarice Borian, fixada logo acima da bancada da cozinha. 

Na sala, atenções voltadas para uma parede inclinada, não existente originalmente. Ela serviu para reduzir um pouco a sensação de corredor e deixar a sala com menos arestas. Além da cor vibrante, o espaço traz um nicho que faz a função de bar.  A altura da tv da sala é algo que foge do convencional. Ela está mais baixa do que se costuma usar, mas a altura foi ajustada para que o usuário, sentado no sofá da sala – que tem um assento mais baixo, próprio para o relaxamento – tivesse a visão perfeita da tela. (Fotos: Gabriela Daltro)