Celebrando as narrativas afro-diaspóricas e a conexão entre arte, cultura e memória, o Museu Afro Brasil Emanoel Araújo promete encantar o público com três novas exposições em abril. Localizado no Parque Ibirapuera, em São Paulo, o Museu reúne mais de 8 mil obras em seu acervo, entre pinturas, esculturas, gravuras, fotografias, documentos e peças etnológicas, de autores brasileiros e estrangeiros, produzidos entre o século XVIII e os dias de hoje.

A partir do dia 12 de abril, o público poderá conferir a exposição Proteção, da artista visual e fotógrafa Rafaela Kennedy. A mostra apresenta um olhar sensível e simbólico sobre as relações de cuidado, afeto e acolhimento dentro da comunidade trans e da espiritualidade afro-brasileira. Por meio de retratos potentes, a série ressignifica a presença de corpos travestis em espaços de bênção e proteção. Além disso, ela destaca diferentes formas de maternidade – biológica, de criação e espiritual.

No mesmo dia, será inaugurada a mostra “Acervo em Perspectiva: M’barek Bouhchichi, Nen Cardim, Washington Silvera”, que propõe novas conexões entre artistas e obras do acervo do museu, criando arranjos inéditos que exploram materiais como madeira, vidro e terra.

Washington Silvera, Nen Cardim e M’barek Bouhchichi – dois brasileiros e um marroquino – utilizam elementos semelhantes. No entanto, cada um imprime sua própria linguagem, tensionando os limites entre escultura e instalação. “Os três artistas deixam transparecer a riqueza do acervo do museu. Além disso, eles revelam múltiplas formas de interpretar, narrar e exibir as artes africanas e afro-brasileiras”, destaca Hélio Menezes.

Neste mesmo dia, acontece a inauguração da nova Sala de Projeção do museu, um espaço dedicado à exibição de videoinstalações, filmes e obras audiovisuais, que será marcada pela exibição do filme Thinya, da diretora Lia Letícia. A obra propõe um intrigante jogo de narrativas e deslocamentos. Utilizando imagens de uma mulher chamada Inge, encontradas em um mercado de pulgas em Berlim, o filme ilustra relatos de viajantes europeus no Brasil entre os séculos XVI e XVIII. Essas histórias são narradas em yathee, a língua do povo Fulni-ô. Dessa forma, Thinya desconstrói os regimes coloniais de representação e cria novas camadas de leitura sobre o passado, incentivando o público a repensar a construção da história.