A Casa das Histórias de Salvador receberá, a partir de 4 de novembro, “Ecos Malês”, exposição inspirada na Revolta dos Malês, de 1835, considerada o maior levante protagonizado por negros escravizados do país. Com curadoria de João Victor Guimarães e co-curadoria de Mirella Ferreira, “Ecos Malês” ficará instalada no quarto andar do equipamento cultural e irá reverberar as forças e os poderes dos negros escravizados em busca de liberdade, destacando a contemporaneidade dos pilares filosóficos, estratégicos e poéticos presentes neste movimento, articulado, em sua maioria, por negros islamizados.
“Pensar numa revolta também é pensar em trazer para o centro uma imagem e debate com pilares políticos, econômicos e filosóficos que não estão no centro do poder ou da visibilidade. Nesse sentido, teremos na exposição um núcleo chamado ‘Ruas da Revolta’, inspirado na proposta da CHS de trazer lugares importantes para a cidade de Salvador. No nosso caso, traremos pontos onde a revolta se desdobrou. Essa é uma ideia que vem da proposta do equipamento. São aproximações e elos que se retroalimentam e adquirem outros sentidos”, pontua Guimarães.
O secretário Municipal de Cultura e Turismo, Pedro Tourinho, considera a Revolta dos Malês um momento definidor da identidade e da história da cidade. “Por muitos anos, [a Revolta] esteve fora dos espaços institucionais. Dessa forma, sediar uma exposição como essa na Casa das Histórias de Salvador, no prédio do Arquivo Público, é promover justa relevância a esse evento e aos que dele participaram”, destaca.
A Casa das Histórias funciona de terça a domingo, das 9h às 17h, e os ingressos podem ser adquiridos através da plataforma Sympla ou na bilheteria do local. O espaço é gerido pela Organização dos Estados Ibero-americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura desde a inauguração do equipamento.